Numa de suas crônicas, Vinicius alardeava a descoberta de Toquinho co-mo parceiro: “Encontrei novamente um parceiro pra valer, e ele é um jovem paulista de 24 anos, de origem italiana, com uma pinta de menestrel medieval chama-se Antonio Pecci Filho, mas é conhecido pelo apelido de Toquinho, e simplesmente ‘janta’ o violão. Será na minha opinião, o grande sucessor de Baden Powell, como Baden foi de Canhoto.
A influência de Baden foi vital para Toquinho. Foi a partir dela que seu violão realmente soltou-se, e ele começou a amadurecer como instrumentista. E há em ambos a mesma ligação siamesa ao violão, como se este fosse um prolongamento de seus braços. O que mais me encanta em meu novo parceiro é sua harmonia como ser huma-no. Embora não goste que ninguém se meta demasiado com o que faz, ou lhe atravanque o caminho, Toquinho não perde nunca o senso de humor e o seu jeito de garotão maravilhado com a vida e o que ela lhe está prodigalizando.
É o tipo do jovem menestrel moderno, gostando de criar e de sair por aí mostran-do o que faz, com respeito por quem sabe mais, mas sem qualquer inveja ou ressentimento. E sua relação com quem sabe menos é sempre generosa e atenta. Nunca, a não ser no início de minha parceria com Baden, tive qualquer dos meus principais parceiros um tal arranco de criatividade como com Toqui-nho. Temos composto sem parar. Toquinho é um sarro. Estamos agora ulti-mando as gravações de todo um LP de músicas novas, entre as quais duas feitas de parceria com a cantora Marília Medalha, que está conosco neste bar-co”.